terça-feira, 9 de abril de 2013

Poesia Pop Brasileira - Leitura do momento.

"Aqui jaz um grande poeta. Nada deixou escrito. Este silêncio, acredito, 
são suas obras completas."
Paulo Leminski
Crítica, por Fernando Albuquerque:
    Se ova­ci­o­nar Paulo Leminski (1944 — 1989) é um cli­chê, destratá-lo é das here­sias, a pior de todas. Digna de con­de­na­ção per­pé­tua, sem direito ao pur­ga­tó­rio. O curi­ti­bano, dono de poe­mas que reu­niam em um mesmo arca­bouço o con­cre­tismo de sua época e a rima que tanto fez falta aos gran­des arau­tos daquela cor­rente, ganhou revi­sita com a publi­ca­ção de Toda Poesia, pela Companhia das Letras.
     A obra, que conta com apre­sen­ta­ção de Alice Ruiz, revi­sita todas as poe­sias voci­fe­ra­das por Leminski de Quarenta clics até Winterverno (título pós­tumo). Da pri­meira até a última folha, a alo­ca­ção dos poe­mas é feita de forma cro­no­ló­gica, do pri­meiro ao último título, sal­va­guar­dando aque­les cuja publi­ca­ção pos­te­rior pode­riam pare­cer redundantes.
   Assim, é pos­sí­vel tra­çar uma ampla visão sobre o cres­ci­mento do autor enquanto poeta, das suas liga­ções com os acon­te­ci­men­tos de cada época e, ainda, con­jec­tuar, mesmo que de forma fria sobre os porquês de cada lançamento.É impos­sí­vel não dei­xar de expor a boa orga­ni­za­ção da obra capi­ta­ne­ada pela Companhia das Letras, a asser­ti­vi­dade das pala­vras de José Miguel Wisnik em “Nota sobre Leminski can­ci­o­nista”, e o apên­dice com tex­tos de Haroldo de Campos, Caetano Veloso, Leyla Perrone Moisés, Alice Ruiz, Wilson Bueno e do pró­prio Paulo Leminski. Recomendado.

Nenhum comentário: